A DECISÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA SOBRE O USO DO PLENÁRIO NÃO É ESDRÚXULA

Eu tenho todos os motivos para aproveitar-me da polêmica decisão do Vereador David da Paz sobre a vedação do uso do plenário da Câmara para atividades estranhas ao Legislativo e, carregar nas tintas, fazer-lhe severas críticas e de forma inflamada insuflar as pessoas contra a deliberação do Presidente. Eu e o Vereador Davi da Paz não somos inimigos mas tivemos e certamente ainda teremos posições totalmente opostas, no campo político e outros aspectos da vida. Vez por outra o Vereador David da Paz me ataca e eu o contra ataco e vice versa, no campo das idéias. 

No entanto eu pessoalmente, livre para ter minha opinião ainda que ela não seja a opinião de outros, não entendo como errada a decisão do Presidente da Câmara de vedar por portaria a realização de eventos estranhos a atividade legislativa no Plenário da Câmara. Tenho visto nos últimos tempos algumas manifestações que a meu sentir ultrapassam limites e a formalidade que um Plenário exige. Por mais que sejam manifestações culturais válidas, importantes do ponto de vista histórico e até mesmo na quebra de paradigmas, o local correto não é um plenário legislativo. Note-se que fatos semelhantes por exemplo não acontecem em plenários de Assembléias Legislativas, Câmara Federal ou Senado, Plenários das Casas do Judiciário. Manifestações culturais devem ser realizadas em espaços destinados a este fim, estruturados, devendo  receber apoio do poder público, etc. Certamente não se espera por exemplo shows de dublagens, manifestações religiosas, espetáculos de dança, saraus e outras atividades do gênero dentro de um local que é sede de um poder constituído cuja função é discussão e deliberação legislativa. 

Me parece ainda que há um certo exagero, certamente por discordâncias políticas sobre a decisão do Vereador Presidente, assim como vejo comentários de pessoas que nitidamente querem aproveitar-se da polêmica para colher para sí dividendos políticos. Uma Câmara Municipal é feita para as funções a ela atribuídas, uma Igreja para louvar, orar, celebrar a Deus, um teatro ou até mesmo uma praça pública para manifestações culturais de qualquer natureza. Simples assim. Para cada atividade existe o local para desenvolvê-la.

Aos que discordam de minha opinião, meu respeito mas, preciso ter também o direito livre de pensar e avaliar os fatos sob a minha ótica. Se todos gostassem do verde o que seria do amarelo.