Após a celebração do 9º Dia Mundial dos Pobres, realizada na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no dia 16 de novembro, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, inaugurou o novo conjunto de banheiros destinados a pessoas em situação de rua, instalados como ampliação do Centro Social São Sebastião. O espaço, construído no terreno da Catedral, integra o conjunto de ações da Arquidiocese do Rio voltadas ao atendimento diário de centenas de pessoas em vulnerabilidade.
A inauguração dos banheiros, com o corte da fita e bênção, foi marcada por uma cerimônia no salão paroquial da Catedral Metropolitana, que teve seu início com a leitura da carta que os integrantes do Coral Canto da Rua entregaram em 2017 ao arcebispo metropolitano, solicitando a implantação dos banheiros, dentro do projeto PAR (Pontos de Apoio da Rua).
Estavam presentes, o vigário episcopal para a Caridade Social, monsenhor Manuel de Oliveira e Manangão e o pároco da Catedral, cônego Cláudio dos Santos.
Durante a cerimônia, fizeram uso da palavra os representantes da PUC-Rio (responsável pela planta dos banheiros) Cadu Spencer e Jackeline Farbiarz; o representante do Movimento Social da População em Situação de Rua, Paulo Celso; o representante da Coordenação do Ciamp Rua Nacional (Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua), Anderson Miranda; o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, deputado federal Reimont; e a representante da Secretaria Executiva do MDHC, Janine Mello.
Caminhada de esperança: “Encontro e cuidado”
A representante da Rede Dom Hélder Câmara de Economia Solidária, Tânia Ramos, iniciou sua mensagem agradecendo instituições, membros do clero e benfeitores que trabalharam em conjunto para a concretização da obra.
Tânia Ramos afirmou que a inauguração do PAR (Programa Pontos de Apoio da Rua) é “um dia de grande alegria, responsabilidade e, sobretudo, esperança”. Segundo ela, a iniciativa aprovada no Edital 2024 do Ministério dos Direitos Humanos não representa apenas a abertura de um serviço, mas “a realização de um sonho coletivo que reafirma o direito ao cuidado, ao respeito e à cidadania das pessoas em situação de rua”.
Tânia Ramos lembrou que o PAR é resultado de uma longa caminhada construída pelo Vicariato Episcopal para a Caridade Social, a Pastoral do Povo da Rua, a Rede Dom Hélder Câmara e o convênio entre a PUC-Rio e a Arquidiocese do Rio. A semente do projeto surgiu em 2017, durante a Oficina de Perdão e Reconciliação (Espere) na Catedral, quando integrantes do Coral Canto da Rua entregaram ao Cardeal Orani uma carta com um pedido simples e profundo: “banheiros para quem vive nas ruas do Centro da cidade”. Para ela, aquele gesto “nascido da convivência e da escuta” foi decisivo para que a iniciativa ganhasse força.
O pedido começou a tomar forma em 2018, com a parceria do Escritório Modelo de Arquitetura da PUC-Rio, coordenado pela professora Vera Hazan, que desenvolveu o Projeto Módulos Solidários afirmando a água como “direito fundamental do ser humano”. Técnicos, estudantes e professores trabalharam na ideia, que se desdobrou ao longo de 2019 em buscas de recursos e articulações, enquanto crescia a certeza de que o Banho Solidário era “uma urgência social”.
A aprovação no edital federal em 2024 deu o passo decisivo para transformar o projeto em política pública piloto. Para Tânia Ramos, o PAR é mais do que banho, higiene e convivência: “representa a presença concreta do Estado ao lado da sociedade civil e das comunidades de fé na defesa da vida, da dignidade e do acesso a direitos”. Ela agradeceu as equipes envolvidas, voluntários, pastorais, lideranças e especialmente às pessoas em situação de rua, destacando que “vocês são protagonistas deste projeto”.
Tânia Ramos concluiu lembrando que este é apenas o começo. A experiência do módulo-piloto, afirma, deve inspirar novas políticas e alianças de cidadania. “Que cada pessoa que chegar aqui encontre mais do que água e sabonete: encontre respeito, escuta e a possibilidade de recomeçar”, disse. E reforçou o compromisso comum: “Que a rua nunca seja sinônimo de abandono, mas de encontro e cuidado.”
Espaço para servir os irmãos em situação de rua
Durante o momento inaugural, o arcebispo agradeceu o empenho do pároco da Catedral. “Agradeço o cônego Cláudio dos Santos pelo esforço e carinho de levar adiante a construção do Centro Social São Sebastião e agora o espaço para os banheiros, para melhor servir os moradores em situação de rua”, afirmou. Ele lembrou que a Catedral há muito tempo vem realizando iniciativas provisórias para atender às necessidades básicas dessa população, mas que a nova estrutura representa um passo importante para garantir dignidade e acolhimento.
Dom Orani explicou que a ampliação consolida o projeto iniciado neste ano e que, aos poucos, se integra ao conjunto de serviços oferecidos pela Catedral. Ressaltou também que o terreno atual — pertencente à Arquidiocese do Rio — está sendo inteiramente colocado a serviço da ação social.
O arcebispo destacou que a questão da população em situação de rua ultrapassa o campo da higiene e exige ações mais amplas do poder público. “O atendimento aos moradores em situação de rua não passa apenas pela questão de higiene: é também questão de direitos, de moradia. Voltar para a calçada à noite não é solução”, disse. Dirigindo-se às autoridades presentes, pediu que medidas efetivas sejam implementadas. “Faz parte das autoridades constituídas a responsabilidade para encontrar caminhos: provisoriamente, depois definitivamente, também na questão de uma moradia com dignidade.”
Dom Orani reforçou que a inauguração do novo espaço sintetiza o esforço conjunto de diversas instituições e pessoas comprometidas com a justiça social. “É um momento muito importante de ver que todos aqueles que fizeram discursos possam colocar em prática aquilo que falam, de tal maneira que aconteça realmente a justiça e os direitos”, afirmou.
O arcebispo fez um agradecimento especial à PUC-Rio, recordando o papel histórico da universidade no diálogo entre fé, sociedade e educação. “Foi o desejo do nosso antecessor, Cardeal Sebastião Leme, fundar no Rio uma Universidade Católica, confiando aos jesuítas a parte acadêmica, mas sempre ligada a grandes trabalhos sociais nas favelas do Rio de Janeiro.” Ele reconheceu a contribuição da instituição na elaboração do projeto dos novos banheiros: “Agradecemos o empenho da PUC-Rio por fazer o projeto para a Catedral em favor dos moradores em situação de rua.”
Encerrando sua mensagem, Dom Orani expressou o desejo de que a ação inspire novas iniciativas de solidariedade e compromisso social. “Bendizemos ao Senhor pela graça de ter um espaço para servir nossos irmãos em situação de rua; ao mesmo tempo, rezemos para que cada vez mais pessoas se incluam nessa grande preocupação de termos um mundo diferente amanhã: um mundo mais justo, solidário, fraterno e responsabilidade de todos nós.”
“A gente na rua é seu filho”
Durante a inauguração dos banheiros do Programa Pontos de Apoio da Rua, a integrante do Coral Canto da Rua, Elicarla Álvares, expressou gratidão a Dom Orani pelo apoio constante às pessoas em situação de rua. Em seu depoimento, ela afirmou que o trabalho do arcebispo tem sido “um exemplo” para a vida de muitos e destacou que iniciativas como o café da manhã, o acolhimento e agora o banho só são possíveis “pelo olhar do Senhor para a gente”.
Elicarla Álvares lembrou que a população em situação de rua enfrenta perseguições e invisibilidade, mas encontrou na Igreja um espaço de cuidado. “A gente na rua é seu filho”, disse, agradecendo a Dom Orani por estar presente, ouvir e apoiar quem mais precisa. Para ela, a atuação do arcebispo demonstra fidelidade ao Evangelho e à dignidade humana. “O senhor foi colocado aqui para nos apoiar e nos amar”, afirmou, emocionada, e concluiu dizendo que esse amor concreto faz diferença na vida de todos os que dependem do serviço.
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