A Demência com Corpos de Lewy (DCL) é uma doença neurodegenerativa progressiva, caracterizada pela presença de depósitos anormais de uma proteína chamada alfa-sinucleína no cérebro. Esses depósitos, conhecidos como corpos de Lewy, interferem na comunicação entre os neurônios e comprometem gradualmente funções mentais, motoras e comportamentais. Trata-se da segunda causa mais comum de demência degenerativa em idosos, ficando atrás apenas da Doença de Alzheimer. Seu quadro clínico apresenta sintomas que podem se confundir com os do Alzheimer e do Parkinson, o que torna o diagnóstico um desafio para os médicos.
Os sintomas da DCL costumam variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem três dimensões principais:
Alterações cognitivas:
Dificuldade de concentração e raciocínio;
Perda de memória (menos intensa que no Alzheimer, principalmente nas fases iniciais);
Lentidão de pensamento;
Desorganização mental e dificuldade para tomar decisões.
Sintomas motores (semelhantes ao Parkinson):
Rigidez muscular;
Tremores nas mãos;
Lentidão dos movimentos;
Dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio.
Alterações perceptivas e comportamentais:
Alucinações visuais recorrentes e detalhadas (ver pessoas, animais ou objetos que não estão presentes);
Oscilações no nível de atenção e alerta ao longo do dia;
Distúrbios do sono REM (a pessoa “atua” seus sonhos, com movimentos e fala durante o sono);
Depressão, apatia e ansiedade.
Um sinal marcante é a flutuação cognitiva, ou seja, períodos em que o paciente parece lúcido e outros em que apresenta confusão ou desorientação, de forma imprevisível.
A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que há degeneração progressiva das células cerebrais e acúmulo anormal da proteína alfa-sinucleína, especialmente em áreas do cérebro ligadas à memória, ao movimento e às emoções.
Os principais fatores de risco incluem:
Idade acima de 60 anos;
Histórico familiar de demência ou Parkinson;
Sexo masculino (maior incidência em homens).
O diagnóstico é clínico e se baseia na avaliação dos sintomas, no histórico médico e em exames complementares como ressonância magnética, tomografia e testes neuropsicológicos. Em alguns casos, exames de medicina nuclear, como o PET scan, ajudam a diferenciar a DCL de outras formas de demência.
Ainda não existe cura para a Demência com Corpos de Lewy, mas há formas de controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento é multidisciplinar e pode incluir:
Medicamentos:
Inibidores da colinesterase (como a rivastigmina e a donepezila), que ajudam na cognição e no controle das alucinações;
Levodopa, em casos de sintomas motores importantes (com cautela, pois pode aumentar alucinações);
Antidepressivos para sintomas emocionais;
Evitar o uso de antipsicóticos tradicionais, pois os pacientes com DCL podem ter reação grave a esses medicamentos.
Terapias de suporte:
Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional para manutenção das funções motoras e cognitivas;
Apoio psicológico ao paciente e à família;
Acompanhamento regular com neurologista e equipe multiprofissional.
A evolução da doença é lenta, podendo durar de 5 a 10 anos, com declínio progressivo das funções mentais e motoras. O apoio familiar, o acompanhamento médico contínuo e um ambiente estruturado são fundamentais para preservar o máximo possível de autonomia e conforto ao paciente.
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