A Rodoviária de Além Paraíba está em um ponto estratégico para a mobilidade urbana e intermunicipal da cidade mas enfrenta hoje uma dura realidade: o abandono progressivo de suas funções originais e a crescente presença de moradores em situação de rua que, segundo denúncias de frequentadores, têm gerado insegurança e desconforto à população. O que deveria ser um espaço de integração e fluxo constante de passageiros tornou-se um ambiente ocioso. Atualmente, o terminal recebe pouquíssimos ônibus, com rotas restritas e limitadas a alguns horários do dia. Apenas um guichê de vendas de passagens funciona — e mesmo assim em horários bastante reduzidos. Há meses, um grupo de moradores em situação de rua se fixou no local, utilizando as dependências do terminal como abrigo permanente. Embora essa realidade seja reflexo da crescente vulnerabilidade social e da ausência de políticas públicas efetivas para essa população, o fato é que a convivência tem gerado apreensão. Relatos de populares e comerciantes das imediações apontam episódios de abordagens agressivas por parte de alguns dos moradores, bem como acusações de pequenos furtos e atos de incômodo à população que transita pela rodoviária. “À noite, muita gente evita passar por ali. O local está escuro, sem policiamento, e a gente se sente inseguro”, afirma uma moradora da região, que prefere não se identificar. Enquanto soluções não são apresentadas, a população segue convivendo com um terminal subutilizado, inseguro e em degradação. A presença constante dos moradores em situação de rua, somada à sensação de abandono, reforça a urgência de medidas estruturais, sociais e urbanísticas por parte do poder público. A cidade de Além Paraíba precisa, com urgência, repensar o futuro do Terminal Jácomo Donzeles — não apenas como um espaço de transporte, mas como um símbolo de organização, acolhimento e dignidade urbana.
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