Capital do Império e posteriormente Capital da República, o Rio de Janeiro é a principal cidade turística e cultura do Brasil. Nela estão sediados grandes edificações que ao longo dos mais de 5 séculos de Brasil se tornaram verdadeiros monumentos, patrimônios de valor histórico inestimável, verdadeiras joias de vários estilos.
Dentre as grandes edificações que chamam atenção pela beleza estão as muitas igrejas. É bem verdade que parte delas precisam de restauração. A Arquidiocese foca seus recursos em suas ações sociais e infelizmente entre governo e sai governo e pouco se investe na conservação do patrimônio histórico.
No momento no entanto acontece no Rio de Janeiro o que se pode chamar de um gesto concreto de boa vontade e ação em favor da recuperação de uma das mais belas Igrejas do centro da cidade. O bem sucedido empresário Cláudio Castro, Diretor da maior imobiliária do Rio de Janeiro, a Sérgio Castro Imóveis, pleiteou junto ao Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta e ao Vigário Episcopal para as Irmandades, Monsenhor André Sampaio o provimento para recuperar a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, fechada há anos.
Sem ônus para a Diocese, Cláudio Castro recebeu o provimento e abraçou esta nobre causa. Neste sábado, 10 de Junho as 18 horas, a Igreja localizada histórica Rua do Ouvidor reabrirá suas portas recuperada. Para comemorar esse feito sem precedentes, uma Missa Solene será celebrada as 18 horas sob a Presidência do Cardeal Tempesta e tendo como concelebrantes o Monsenhor André Sampaio (Vigário Episcopal para as Irmandades) e o Padre Silmar Fernandes, Pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.
Cláudio Castro é um jovem bem sucedido empresário e mais importante figura do mercado imobiliário do Rio de Janeiro. Católico praticamente, é Cavaleiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. A cada momento da reforma Cláudio foi compartilhando com a Arquidiocese e com seus amigos que foram se apaixonando com ele pelo projeto. Quem dera o Brasil tivesse outros como Cláudio Castro; O patrimônio histórico nacional estaria em melhores condições.
O templo remonta a um pequeno oratório erguido em 1743 por comerciantes e moradores da área, na esquina de uma casa no trecho em frente à rua da Cruz (atrás da atual Igreja de Santa Cruz dos Militares), sob a invocação de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores.[1] Poucos anos mais tarde, a 20 de junho de 1747, esses comerciantes reuniram-se e constituíram uma irmandade para a edificação de um templo sob a invocação de Nossa Senhora da Lapa, também conhecida por "Igreja dos Mercadores".
A provisão-régia para a sua edificação foi expedida a 4 de novembro do mesmo ano e, em dezembro seguinte, foram lançadas as fundações do templo. As obras progrediram rapidamente, de modo que, a 6 de agosto de 1750, a parte do templo pronta para o culto foi consagrada. De 1753 a 1755, os trabalhos prosseguiram até à sua conclusão. A decoração interna ficou pronta em 1766.
Na segunda metade do século XIX, entre 1869 e 1879, o templo sofreu extensas obras de remodelação.
Quando da eclosão da Segunda Revolta da Armada brasileira, um tiro disparado pelo Encouraçado Aquidabã atingiu a torre sineira desta igreja (25 de setembro de 1893), derrubando a estátua alusiva à Religião, que, apesar da queda de mais de 25 metros de altura, sofreu poucos danos, sendo o fato considerado milagroso à época. Tanto a estátua quanto o projétil que a atingiu encontram-se, hoje, expostas na sacristia. Na torre, mais tarde, foi instalado o primeiro carrilhão da cidade, anterior ao da Igreja de São José.
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