Uma ocorrência registrada na madrugada desta sexta-feira, 18 de julho, durante a tradicional festa de Nossa Senhora do Carmo, no município de Carmo, interior do Rio de Janeiro, gerou grande repercussão nas redes sociais e levantou questionamentos sobre a conduta de policiais militares do Carmo\RJ. O evento, que acontece anualmente e reúne centenas de pessoas, foi interrompido por um tumulto envolvendo jovens, seguranças e a Polícia Militar.
Imagens gravadas por celulares mostram o início da confusão na praça principal da cidade. Em meio à movimentação, um grupo de jovens discute e há correria generalizada. Entre os envolvidos estão dois irmãos, moradores da cidade vizinha de Além Paraíba (MG): Gabriel Sabino, de 29 anos, e Carlos Otilo Sabino, 18 anos.
Em um dos vídeos que viralizaram nas plataformas digitais, Gabriel aparece com os braços levantados, pedindo que a abordagem policial cessasse. Apesar disso, um dos agentes aplica spray de pimenta diretamente em seu rosto. Em seguida, o jovem é agredido com socos na cabeça e acaba algemado junto ao irmão. A imagem não mostra qualquer resistência por parte dele.
Após o ocorrido, Gabriel procurou atendimento médico e realizou exame de corpo de delito no Hospital São Salvador. Ele sofreu lesões em diversas partes do corpo, incluindo o rosto, orelhas, costas e cotovelo. Em relato publicado nas redes, ele afirma que tentava apenas intervir em uma briga entre frequentadores do evento quando foi surpreendido com a agressão por parte da polícia. Ainda segundo Gabriel, a violência continuou mesmo após sua rendição.
A versão da Polícia Militar, no entanto, difere do relato do jovem. Em nota encaminhada à imprensa, o 30º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da cidade de Carmo, informou que os militares agiram para conter um tumulto e que Gabriel teria agredido os agentes, o que motivou a reação.
A corporação afirmou ainda que um procedimento interno foi aberto para apurar os fatos e que as imagens dos vídeos já estão sendo analisadas. Familiares dos jovens, amigos e moradores da região têm se manifestado publicamente desde as primeiras horas da manhã, cobrando transparência na investigação e responsabilização dos envolvidos, caso seja confirmada a conduta abusiva. (Fonte: Agora Jornais Além Paraíba/com colaboração do jornalista Gabriel Lutterbach)
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