O estado de saúde do papa Francisco tem potencial de se complicar de forma imponderável, embora seja um quadro comum para uma pessoa de 88 anos, afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo em entrevista ao UOL News nesta segunda (17). A médica conversou com pessoas próximas ao papa Francisco, que está internado desde sexta (14) para tratar de uma bronquite. Hoje, o Vaticano informou que o tratamento dele foi alterado para lidar com uma “situação clínica complexa”, que envolve uma infecção polimicrobiana nas vias respiratórias.
“Esses quadros respiratórios normalmente respondem muito bem à terapêutica instituída. Falo com alguma frequência com brasileiros que trabalham com ele e hoje mesmo conversei com o padre Bruno Lins, que está muito próximo ao papa e é um assessor diretamente ligado a ele. Confirmei todas essas informações e sim, há um potencial de complicação que é imponderável.
“Há pacientes que respondem muito bem. Não há qualquer razão para que ele não responda, dado que é um paciente diabético, por exemplo. Ele nunca precisou de um procedimento mais complexo em todo o período do seu papado. O esperado é que ele responda à medicação que lhe foi instituída. Há uma possibilidade de complicação? Não há dúvida que sim, por se tratar de um homem de 88 anos.
Estive com o papa há alguns meses e ele estava falando sem cansaço algum. Estava em um bom momento, mas ele sente dor e certamente usa medicações. (…) Ele ganhou muito peso e isso é um complicador para que ele apresente uma maior dificuldade respiratória”, afirmou a aclamada Pneumologista,
A médica explicou que o papa Francisco já apresentava uma restrição respiratória desde jovem, o que pode complicar sua recuperação.
“Em primeiro lugar, é importante contextualizar. Estamos falando de algo absolutamente frequente em um homem de 88 anos no inverno europeu e que já tem uma situação respiratória prejudicada há bastante tempo. O papa Francisco teve uma tuberculose quando era muito jovem. Em razão da evolução da doença, em um tempo no qual o tratamento era diferente e não tão eficaz quanto hoje, foi necessário um procedimento em que ele perdeu parte do pulmão direito.
O papa Francisco tem uma restrição. No pulmão esquerdo dele e no que restou do direito, há sequelas. Certamente ele está usando antibióticos, broncodilatadores, oxigênio e todas as condutas que se fazem em um paciente dessa idade com um quadro respiratório agudo viral, contaminado por um quadro bacteriano. O nome ‘pneumonia’ tem um peso simbólico muito grande, mas uma bronquite infecciosa, em uma situação como a do papa Francisco, é tão grave quanto…”
FONTE: UOL NEWS
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