As 2 milhões primeiras doses de vacina da AstraZenca contra Covid-19, encaminhadas para o setor privado, serão recebidas para aplicação a partir de terça em clínicas do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, diz o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac), Geraldo Barbosa. A entidade estima que cada aplicação custará, em média, 350 reais e que a fatia de mercado a ser explorada é a dos brasileiros que ainda não foram ao Sistema Único de Saúde (SUS), por vontade própria. Ele também acredita que haverá demanda de doses de reforço sob prescrição médica. Ou seja, quando o profissional de saúde consultado pelo paciente orienta que ele receba uma dose a mais do que dizem as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). — O maior trabalho nosso é trazer luz à necessidade de manter o esquema de cada paciente completo. Queremos alcançar um público no qual o médico, na avaliação individual, determine que não é necessário esperar até 60 anos para receber a (segunda dose) adicional na rede pública — explica o presidente. — Para nós, a prescrição médica é soberana. Será, porém, uma avaliação estritamente técnica dos especialistas. Para além dessa vacinação “extra”, a imunização nas clínicas poderá respeitar a cartilha de vacinação estabelecida no PNI. A vacina, vale ressaltar, não pode ser aplicada em menores de 18 anos, porque não foi aprovada pela Anvisa para este público. No Fleury, um dos laboratórios que deve operacionalizar a vacinação particular no Brasil, a aplicação de doses ocorrerá, somente, mediante pedido médico. — Ainda não temos claro como será a demanda nas clínicas. No caso da influenza, por exemplo, o governo vacina 80 milhões de pessoas e a rede privada 8 milhões. É uma vacina complementar. Acreditamos que o perfil da vacina (do Covid-19) será para atender 3% a 4% da população que opte por ser imunizado no sistema privado — explica. A vacina, por enquanto, tem preço estimado em 350 reais. Mas o valor, diz Barbosa, poderá ser inferior. Há para as clínicas um boa tarefa a se resolver neste momento: o frasco disponibilizado pelo laboratório é multidoses, com dez aplicações. Uma vez aberto, terá que ser liquidado em até 48 horas. Daí a necessidade de agendamento nas clínicas orientada pela ABCVac. Em nota, a AstraZeneca afirmou ao GLOBO que “a entrada no mercado privado visa atender a uma necessidade do País, assim como é feito com a vacina da gripe e demais vacinas utilizadas no Brasil. A entrada do mercado privado depende da necessidade de cada país onde a AstraZeneca atua”. Também diz que “as primeiras doses devem ser entregues às instituições ainda em maio. Quanto à disponibilização ao público final, fica a cargo de cada instituição”.
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