Monsenhor André Sampaio de Oliveira, Prior da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, Mestre e Doutor em Direito Canônico, Doutor em Rito Católico Oriental, Escritor e Professor Universitário.
A coleta de ofertas que acontece em todas as igrejas do mundo destinada aos cristãos do Oriente Médio.Nos é dirigido e a toda a catolicidade, um cordial convite a todas as comunidades eclesiais para que estejam do lado dos cristãos de Jerusalém, Israel e Palestina, como os países circunstantes, Jordânia, Síria, Líbano, Chipre, Egito, que juntas compõem aquela Terra abençoada.O Filho de Deus feito homem, depois de tê-la cruzado para anunciar o Reino e ter confirmando a palavra com sinais e prodígios (cf. At 2,22), subiu à Cidade Santa para se imolar: ele sofreu, morreu na Cruz, ressuscitou e nos deu o Espírito. Desde então, todo o cristão se encontra a si próprio naquela cidade e naquela Terra. Isto é possível porque ainda hoje os pastores constituídos pelo Senhor Jesus lá acolhem os irmãos e as irmãs na fé para celebrar o amor d’Aquele que “faz novas todas as coisas” (Ap 21,5).A Congregação para as Igrejas Orientais recorda aos Bispos do mundo inteiro o constante pedido do Papa Francisco de que a missão da Igreja nos Lugares Santos seja generosamente sustentada. É uma missão especificamente pastoral, mas ao mesmo tempo oferece a todos indistintamente um louvável serviço social. Assim, cresce a fraternidade que abate as divisões e as discriminações para inaugurar um sempre renovado diálogo ecumênico e a cooperação inter-religiosa. Isto constitui uma admirável obra de paz e de reconciliação, tão mais necessária hoje, preocupados que estamos com o Santo Padre pelas as populações dos países em que se sucedem tensões e violências na Terra Santa.O dia que os Papas escolheram para a Collecta pro Terra Sancta é a sexta-feira antes da Páscoa, embora cada comunidade possa escolher outra ocasião adequada para propor aos fiéis a iniciativa de solidariedade. Porém este ano, devido à pandemia da Covid, foi transferida para 13 de setembro.Para os discípulos de Cristo as hostilidades são o pão quotidiano que alimenta a fé e que, por vezes, fazem ressoar o eco do martírio em toda a sua atualidade. Como para o grão de trigo do Evangelho (cf. Jo 12,24), o lide dos cristãos na Terra Santa prepara sem dúvida um amanhã de bem, mas pede hoje apoiar para apoiar as escolas, programas de saúde, necessidades habitacionais, locais para encontros e tudo o que a generosidade da Igreja tem sabido suscitar.Quanta fé que encontramos nos jovens, desejosos de testemunhar as bem-aventuranças, amando os próprios países no compromisso pela justiça e pela mediante a não-violência evangélica. Quanta altivez na fé, quanta firmeza, nos é transmitida por quem profere palavras de reconciliação e de perdão, sabendo dever responder por esta via à violência e, por vezes, a toda opressão. Temos o dever de restituir o patrimônio espiritual recebido da sua fidelidade milenária às antigas verdades da fé cristã. Podemos e devemos fazê-lo com nossas orações, com a nossa ajuda concreta, com as peregrinações.Como afirma S. Em. Card. Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais: “Não sairemos deste terrível flagelo a não ser com a solidariedade. Por isso é importante a generosidade dos pobres, dos humildes, dos ricos … de todos, que dão o que podem pela sobrevivência dos Lugares Santos de Jesus e, portanto, pela presença viva de Jesus que todos podem experimentar com a peregrinação física na Terra Santa que hoje, devido a estas circunstâncias, se transforma em peregrinação da oração, do espírito, da invocação e da generosidade para contribuir com a manutenção de todos os Lugares Santos e de todas as necessidades dos nossos confrades na terra de Jesus.Neste domingo, em torno do altar de Cristo, nós nos sentiremos unidos com estes nossos irmãos e irmãs: a solidão que, por vezes, se manifesta fortemente na existência deles seja vencida pela nossa fraternidade. E que eles possam proclamar na serenidade do corpo e do espírito de que “Jesus é o Senhor” (Atos 11,20), de modo que “a porta da fé” (Atos 14,27) continua se abrir de par em par precisamente a partir daquela Terra assegurando o perdão e a bondade de Deus para toda a família humana.Certo, o apelo para doar cai este ano em uma situação muito particular, com o mundo comprometido em enfrentar as consequências da pandemia do Coronavírus. No entanto, não podemos deixar de acolher este apelo. Um gesto de solidariedade para manter os Lugares Santos e as necessidades dos confrades da terra de Jesus.
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